segunda-feira, 2 de outubro de 2017

VAREJO E O PRIMEIRO EMPREGO: A PORTA DA FORMALIZAÇÃO

Varejo de Presidente Venceslau é responsável por 38,1% das vagas de primeiro emprego desde 2013

Depois do bom crescimento em 2010, a economia brasileira começou a dar sinais de desaceleração ano após ano.  O cenário ficou mais crítico a partir da transição entre 2014 e início de 2015, quando a recessão econômica começou e se tornar uma realidade, o que durou até o início de 2017. Uma das esferas onde se observou movimento consonante ao da geração de riquezas da economia brasileira foi o mercado de trabalho formal. Haja vista que também a partir de 2015 iniciou-se um processo de deterioração, onde os desligamentos de vínculos formais superaram constantemente as admissões. Este cenário de saldos negativos sucessivos, no geral da economia só foi estancado no fim do primeiro semestre de 2017, ainda que de forma bastante tímida e setorizada.
No Estado de São Paulo a realidade não foi distinta. Para se ter uma ideia, apenas entre janeiro de 2016 a julho de 2017 o mercado de trabalho paulista perdeu mais de 311 mil vínculos empregatícios formais.  E o varejo também sentiu. No mesmo período foram mais de 70 mil vagas perdidas. Porém, a despeito deste desempenho sofrível do mercado de trabalho, uma das características mais importantes do comércio varejista se manteve. Sua potencialidade em abrir vagas preenchidas por trabalhadores sem nenhuma experiência profissional formal na vida, isto é, que busca o primeiro emprego.
No geral do mercado de trabalho paulista, no período dos últimos cinco anos, de janeiro de 2013 a julho de 2017, o saldo de movimentação da mão de obra é de -473.926 vagas, resultado de 25.555.479 admissões e -26.029.405 desligamentos. Destas admissões, 2.764.093 (ou 10,8%) foram de primeiro emprego. Por sua vez, dentre os 25 subsetores econômicos, o varejo foi responsável por 693.869 admissões destas de primeiro emprego (ou 25,1%), maior participação setorial.
Em Presidente Venceslau, também desde janeiro de 2013 quando o mercado de trabalho formal viu extintos 73 postos de trabalho, resultado de 10.918 admissões e 10.991 desligamentos, 1.695 dos admitidos estavam em busca do primeiro emprego. Destes, 646 (ou 38,1%) foram alocados em algum setor do comércio varejista. É o setor da economia local que mais abriga trabalhadores que procuram sua primeira colocação profissional.
Os números acima mostram que o varejo é responsável por grande parte dos postos de trabalho preenchidos por demandantes do primeiro emprego nos últimos cinco anos.  Esta atratividade exercida pelo comércio varejista tem explicação na estrutura do seu mercado de trabalho, principalmente por valorizar, além da experiência, características pessoais possíveis a qualquer profissional que busca uma vaga com certeira assinada, isto é, facilidade de comunicação, boa relação no trato interpessoais (com equipe e clientes), disposição e boa flexibilidade de horários para a escalas de trabalho.
Outra importante constatação é que o grande momento para estas admissões está no caráter sazonal do varejo, isto é, a influência que as datas especiais causam no setor, principalmente através das contratações temporárias para Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, das Crianças e, principalmente, o Natal. Em suma, o varejo é porta para o primeiro emprego, a contratação temporária é oportunidade para efetivação e este cenário explicita a função social deste importante setor empregador, seja no Brasil, no Estado de São Paulo e em Presidente Venceslau.

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