terça-feira, 5 de junho de 2012

Spread bancário no Brasil é exagerado



No Brasil a taxa básica de juros em poucos momentos esteve no patamar de dois dígitos. Ainda na virada de 2011 para 2012 a taxa de juros estava acima de 10% e em termos reais superando os 4%, e com viés de alta por conta da trajetória de inflação cadente. Essas taxas já seriam elevadas relativamente às taxas praticadas no resto do mundo, mas, quando a comparação se dá com taxas praticadas para o consumidor (pessoas físicas e jurídicas) os valores estudados são ainda muito maiores.



Ao final de 2011, as taxas praticadas para pessoas físicas se situavam ao redor de 44% e para a pessoa jurídica ao redor de 28%. Em média, a taxa praticada nos mercados atingia 36%. Como o custo básico do dinheiro, no momento do final do ano passado ao redor de 10%, os spreads atingiram para a pessoa física, pessoa jurídica e na média as taxas de 34%, 18% e 26% respectivamente, conforme quadro abaixo.

Do lado das empresas, quantos negócios podem ser feitos com retorno esperado de 28%? Certamente as empresas em geral não contam com o sistema financeiro como parceiro nas estratégias de investimento e/ou crescimento. Da mesma forma que os consumidores, as empresas somente vão buscar capital ao preço médio de 28% para cobrir emergências – basicamente capital de giro, que inclusive custa mais caro do que os 28% de juros médios acima explícitos. Dessa maneira as empresas – principalmente de pequeno e de médio porte – podem se alavancar pouco no Brasil, e o potencial produtivo sofre com condições adversas também na obtenção de crédito. Não bastassem as condições inadequadas de custos trabalhistas, falta de infraestrutura, elevados encargos tributários e burocráticos, o fomento de negócios deve ser feito majoritariamente com capital próprio.
Diante dessas condições, consumidores e empresas que não se financiam, que não se bastam dentro de seus orçamentos e suas receitas/caixa, ou pagam caro por empréstimos, ou devem se contentar com o baixo nível de consumo presente e com baixo potencial presente e futuro de investimento e crescimento.
(Fecomercio)

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