terça-feira, 28 de junho de 2016

POSTOS DE TRABALHO

Varejo paulista eliminou mais de 10 mil empregos formais em abril

Em abril, o comércio varejista no Estado de São Paulo eliminou 10.540 empregos com carteira assinada, resultado de 70.016 admissões e 80.556 desligamentos. É o pior saldo para o mês desde o início da apuração dos dados pelo Ministério do Trabalho, em 2007. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores do varejo paulista atingiu 2.072.771 no mês, redução de 3,5% em relação a abril de 2015 e o patamar mais baixo desde abril de 2012.
Desde 2012, o primeiro quadrimestre se caracteriza pela extinção de empregos formais no comércio varejista paulista, porém o que chama a atenção neste ano é a aceleração deste movimento. Somente nos quatro primeiros meses do ano foram 57.258 vínculos perdidos. No mesmo período do ano passado, 42.259 postos de trabalhos celetistas foram eliminados. Analisando o saldo acumulado em doze meses, de maio a abril, são 75.440 empregos eliminados - pior resultado da série histórica. No ano passado, com a mesma base de comparação, já era notada uma estagnação do mercado de trabalho, com a tímida geração de 651 novos empregos.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das nove atividades pesquisadas, apenas o estoque de trabalhadores do segmento de farmácias e perfumarias (2,4%) cresceu em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os destaques negativos foram registrados nos setores de concessionárias de veículos (-9%), eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-8,8%) e lojas de móveis e decoração (-7,5%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o varejo entrou em um círculo vicioso de difícil resolução. A queda do consumo, em decorrência da inflação elevada e da diminuição da renda, gera desemprego por toda a cadeia produtiva e de distribuição. A Federação pondera que a redução da massa salarial fortalece o movimento de queda nas vendas e consequentemente de geração de emprego (ou garantia dos postos de trabalho já existentes).
Com relação aos dados por ocupações, as funções que registraram as maiores perdas foram os vendedores e demonstradores, com a eliminação de 3.820 postos de trabalho em abril. A segunda maior redução ocorreu com os escriturários, com eliminação de 1.138 empregos, seguidos pelos gerentes de áreas de apoio (-640 vagas).
A entidade explica que no ambiente de incertezas e de baixa confiança dos agentes econômicos que vive o País, a alteração deste quadro de desemprego é improvável. Mesmo que tais variáveis mostrem melhora, a FecomercioSP acredita que fica cada vez mais claro que teremos um ano marcado por fechamento de vagas a níveis bem superiores que o visto ano passado. 

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