Baixos níveis de investimento e
poupança comprometerão uma recuperação mais robusta da economia em 2017, aponta
Sincomércio
Após a confirmação de mais uma queda no Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro (-3,6% em 2016), consolidando a pior recessão da história do
País, o Sincomércio do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista aponta que a
recuperação da economia, em curto prazo, está comprometida pelos baixos níveis
de investimentos e poupança no País, reflexos das políticas econômicas erradas
adotadas em parte por desconhecimento e também por motivos ideológicos/eleitorais
a partir de 2013.
De acordo com a sindicato, ao longo do ano passado, o PIB
chegou a cair 4,8% no acumulado em quatro trimestres, mostrou desaceleração da
queda no final do ano, mas confirmou a preocupação quanto à gravidade dos
efeitos continuados dos desajustes internos dos principais fundamentos econômicos
que somente a partir da segunda metade de 2016 começaram a ser enfrentados.
No último trimestre do ano, o Brasil teve uma retração de
0,9% contra o trimestre anterior e de 2,5% em relação ao quarto trimestre de
2015. Este número é menos ruim do que a média do ano, que começou com queda de
5,4%, passou para 3,6%, depois 2,9% e, finalmente 2,5%, sempre sobre o mesmo
período do ano de 2015. De todos os dados apresentados, o ponto crucial
continua sendo a queda do nível de investimentos e poupança. Recorrente desde
2014, a queda dos indicadores de investimentos foi muito grande em 2016 também,
e para a Sincomércio deve ser a fonte de todas as preocupações do governo e do
setor privado.
Com isso, o futuro segue comprometido e não há motivos para
qualquer otimismo com a atividade econômica nos próximos trimestres. No quarto
trimestre de 2016, houve queda de 5,4% na Formação Bruta de Capital Fixo, em
relação ao mesmo período de 2015, e no acumulado dos quatro trimestres a
retração chegou a 10,2%. O ritmo de queda dos investimentos, assim como ocorreu
com todos os dados do PIB, é menor do que vinha se apresentando em 2015, porém,
ainda é muito elevado diante da necessidade de recuperação da economia. A baixa
capacidade de investimento acaba se tornando um forte impedimento para retomada
mais robusta e rápida da economia em 2017.
A retração de investimento se deve à reduzida poupança
interna, que atinge apenas 13,9% do PIB, quando em países emergentes essa taxa
varia entre 25% e 30% do PIB. Ainda assim, a taxa de investimento (apesar de
muito baixa) é maior do que a poupança interna: 16,4% do PIB. Ou seja, mesmo
com o baixo nível de investimentos, o País continua precisando de poupança
externa ao ritmo de 1,5% ao ano. Neste ambiente, a retomada do crescimento em
2017 vai ocorrer muito mais pela fraquíssima base de comparação do que por
condições ideais na economia, apesar de o sindicato reconhecer que o atual
governo tem feito grandes esforços para melhorar o ambiente de negócios e
retomar o equilíbrio macroeconômico, que serão importantes aliados nesse
recomeço.
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