Aumento de
impostos é prejudicial
à recuperação econômica, diz Sincomércio
Diante da possibilidade de ocorrer aumento
de impostos, já tratado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como
necessário para compensar a queda de arrecadação, o Sindicato do Comércio
Varejista do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista considera que a medida pode
ser prejudicial, em razão dos sinais ainda muito tímidos de retomada do
crescimento da economia.
O rumor sobre um aumento de
tributos vem ganhando força após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF),
que excluiu a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) da base de cálculo do PIS/Confins (Programa de Integração Social
(PIS)/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que
possivelmente resultará em uma queda na arrecadação. Com isso, o governo estuda
medidas compensatórias que deverão impor aumento de tributos. Inicialmente, o
que se discute é o aumento de arrecadação por meio da Cide (Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico) sobre combustíveis e junção de PIS/Cofins com
aumento efetivo do total da alíquota composta.
Para o Sincomércio do Pontal e Alta Paulista,
qualquer aumento de tributos, neste momento em que a economia ainda está
fragilizada, só irá retardar o processo de recuperação e impedir o próprio
crescimento de arrecadação no futuro. “Aumentar impostos terá efeito oposto aos
benefícios conquistados recentemente com a queda de inflação e de juros, sendo,
portanto, uma medida contraditória”, menciona o sindicato . Também traz mais
insegurança jurídica e reduz a credibilidade do País junto aos investidores e
empresários (algo que vem sendo reconquistado arduamente pela nova equipe
econômica do Governo).
Para o sindicato, a mudança no PIS/Cofins com
aumento efetivo de alíquota, ainda que tenha como principal motivo compensar a
decisão do STF, vai criar enormes distorções alocativas, penalizando empresas
com mão de obra intensiva e, portanto, seria a pior solução em um ambiente de
desemprego. A entidade ressalta que existem alguns processos de concessões
parados no STF e que poderiam render de R$ 16 bilhões a R$ 18 bilhões aos cofres
públicos, reduzindo a necessidade de cortes orçamentários, sem onerar a
sociedade e empresas.
Um possível aumento de tributos
neste momento sinalizaria que o governo atual cometeria os mesmos vícios
passados: recorrer ao aumento de impostos
sob qualquer motivo e a qualquer momento, como solução fácil e errada.
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