Privatizar: um desafio a ser
enfrentado
O
governo federal anunciou recentemente um amplo e ambicioso pacote com 57
projetos a serem oferecidos à iniciativa privada. O megapacote faz parte do
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado em 2016. Entre os novos
ativos que serão concedidos ao setor privado, estão a Eletrobras e a Casa da
Moeda, além de aeroportos, terminais portuários, linhas de transmissão de
energia elétrica, rodovias e ferrovias, entre outros. A estimativa de
arrecadação é de, aproximadamente, R$ 60 bilhões.
O
anúncio de privatizações ou concessões de serviços públicos ao setor privado
não é novidade no cenário brasileiro, mas sempre causa impacto e provoca debates
e posicionamentos contrários e favoráveis. Foi assim nos anos de 1990, durante
o governo Fernando Henrique Cardoso, e no período de 2011 a 2014, na gestão
Dilma Rousseff. Agora, o assunto surge em um quadro mais complexo, no qual
desponta o grave problema fiscal em meio às crises política e econômica.
A
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) e o Sincomércio do Pontal do Paranapanema/Alta Paulista entendem
ser inegável a perda da capacidade do setor público de gestão e de investimento
na economia, mesmo em setores básicos de sua competência. Essa realidade tem
servido para justificar a maior presença do capital privado em setores de
infraestrutura, em projetos necessários para a desejada retomada do crescimento
e do emprego.
Mesmo
diante desse quadro, obstáculos inviabilizam transferências de atividades do
Estado ao setor privado, quase sempre mantidas lentas ou incertas. Barreiras,
interesses políticos e corporativos, burocracia e outras formas de resistência
se sobrepõem a objetivos maiores e impedem que o País trilhe o caminho da
eficiência e da modernidade, possibilitando que as empresas se tornem mais
competitivas.
Além
desses entraves, os programas de privatizações ou concessões de serviços
públicos têm sido marcados por improvisos, recorrência de equívocos, discutível
qualidade nos estudos técnicos e na concepção dos projetos, além de questões
regulatórias com regras pouco claras e da interferência estatal indevida. Tudo
isso gera instabilidade e insegurança jurídica, o que amplia riscos e afasta o
interesse dos investidores privados – nacionais e estrangeiros.
Para
ambas as entidades, está claro que programas no campo das privatizações –
vendas, concessões ou parcerias público-privadas – são necessários e merecem apoio.
A implementação dos projetos, no entanto, não pode ser justificada apenas por
sua importância como fonte de receita visando ao equilíbrio fiscal. Deve, acima
de tudo, ser pautada por princípios e vontade política, voltados à redução e ao
saneamento do Estado, ao permanente equilíbrio fiscal e orçamentário, à boa
administração pública e à qualidade dos serviços oferecidos à sociedade.
Projeto
especial
Sobre
o assunto, a Federação e o Sincomércio disponibilizam um especial multimídia
sobre parcerias público-privadas (PPPs), que podem ser um bom recurso para
ajudar no desenvolvimento do País em diversos setores por possibilitar a união
do governo e das empresas na realização de grandes obras, como rodovias,
ferrovias e hospitais, entre outros.
Nesse
projeto especial, especialistas ouvidos pelas duas entidades expõem a
necessidade de aprimoramento da Lei nº 11.079, conhecida como Lei das PPPs, em
vigor desde dezembro de 2004 e criada com o objetivo de estimular essa
modalidade de parceria entre o setor público e a iniciativa privada. Veja o
especial no site (http://www.fecomercio.com.br/projeto-especial/lei-das-ppps.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário