Fim da
recessão se confirma e PIB deve encerrar o ano com crescimento de até 1%
A
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) e o Sincomércio do Pontal do Paranapanema/Alta Paulista, após a
divulgação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), pelo IBGE, que
mostram um crescimento de 0,3% no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo
período de 2016, mantêm a visão um pouco mais otimista do mercado para o
desempenho do PIB neste ano, e acredita que se a Reforma da Previdência for
aprovada, o País finalmente vai desatar os últimos nós mais restritivos ao
crescimento da economia brasileira. Somando os potenciais de privatizações e de
atração de investidores externos (bem como o potencial de retomar a propensão a
investir de empresários locais), a Entidade acredita que o Brasil pode terminar
o ano com crescimento entre 0,5% e 1%, e indicando taxas próximas de 3% para o
ano que vem.
Na
comparação com o mesmo trimestre do ano passado, sob a ótica da produção, houve
crescimento de 14,9% na atividade agropecuária, recuo de 2,1% na indústria e
queda de 0,3% em comércio e serviços. Segundo a Entidade, o setor agropecuário
continua a puxar o PIB, enquanto os serviços e a indústria ainda obtêm
resultados negativos. Entretanto, a queda do setor de serviços, o maior da
economia, está cada vez menor e tende a migrar para o campo positivo nesta
segunda metade do ano.
Para
as duas entidades, existe um longo caminho pela frente para que todos os
setores voltem a produzir dentro de suas possibilidades, mas o caminho está
sendo trilhado. O segmento ainda mais complicado é o da indústria, que continua
a produzir muito abaixo de suas capacidades e está aquém de investir o
necessário para voltar a crescer fortemente.
Sob
a ótica da demanda, no mesmo período comparativo houve alta de 0,7% no consumo
das famílias, queda de 2,4% no consumo do governo e retração de 6,5% na
formação bruta de capital fixo. Para a FecomercioSP e o Sincomércio, preocupa o
recuo na formação bruta de capital, já que esse movimento inviabiliza, ao menos
no curto prazo, sonhar com voos mais altos da economia, principalmente do setor
industrial.
Por
outro lado, a inversão de tendência no consumo das famílias para positivo e a
queda do consumo do governo são fatores considerados muito positivos pelas duas
entidades, porque mostra o restabelecimento da propensão ao consumo (que deriva
da gradual recuperação do emprego, da queda da inflação e do crescimento da
confiança) e aponta para uma política acertada, ainda que insuficiente, de
redução do tamanho do Estado e controle de gastos públicos.
Por
fim, o setor externo no segundo trimestre deste ano se mostrou melhor do que o
mesmo período de 2016, com crescimento de 2,5% nas exportações e queda de 3,3%
nas importações. A balança comercial mostrou saldo positivo de mais de US$ 60
bilhões nos últimos 12 meses, que simboliza esse bom desempenho do País,
voltando a buscar mercados externos.
De forma geral, os resultados não surpreendem,
porque as duas entidades tinham uma visão mais positiva do desempenho da
economia, baseada em seus indicadores de comércio e serviços e de confiança do
consumidor e dos empresários. Mas o resultado do PIB não foi linear, e ainda
restam grandes preocupações que a Federação espera que se encerrem já a partir
do segundo semestre do ano, principalmente com a perspectiva de aprovação da
última reforma urgentíssima: a da Previdência.
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