‘Feiras itinerantes trazem prejuízo ao comércio e riscos ao consumidor, diz Sincomercio/Pontal’
As feiras itinerantes que percorrem a maioria das cidades do
interior de São Paulo podem ser uma oportunidade de encontrar preços mais
baixos. No entanto, por trás dessa “vantagem”, existe uma realidade nada
benéfica. Além de trazer riscos para quem compra, as feiras provocam prejuízos
aos comerciantes locais, impedem a geração de empregos e causam evasão de
receita nas esferas municipal, estadual e federal.
A afirmação é do Sincomércio do Pontal/Alta Paulista, relatando
que praticamente todo o Estado de São Paulo vivencia a presença de feiras
ilegais, principalmente itinerantes. “É muito difícil mensurar os prejuízos
causados pelas feiras ilegais no Estado de São Paulo. Mas é possível afirmar,
sem dúvidas, que os segmentos de eletrodomésticos e eletrônicos e de lojas de
departamentos, de móveis e decoração e de vestuário, tecidos e calçados são os
mais afetados”, relatou o presidente do Sincomércio do Pontal/Alta Paulista, Guido
Denippotti.
Realizadas estrategicamente em período de remuneração
salarial ou em datas importantes para o varejo, como os dias das Mães, dos Pais
e dos Namorados, as feiras conseguem oferecer produtos com preços reduzidos,
porque não cumprem normas e legislações, como pagamento de impostos e obtenção
de alvarás de funcionamento, causando concorrência desleal com o comércio
varejista local, que paga seus impostos em dia, fornece suporte ao consumidor e
gera empregos.
Dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV),
elaborada mensalmente pela entidade em parceria com a Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo (Sefaz/SP), mostram que esses três segmentos, somados,
faturam cerca de R$ 100 bilhões anualmente.
Segundo estimativas da assessoria econômica, partindo da
premissa de que essas feiras ilegais tenham potencial de movimentar até 10%
desse valor, as perdas ocasionadas por essas feiras podem atingir os R$ 10
bilhões/ano.
Além da migração do consumo do varejo formalmente
estabelecido, a ausência de alvarás (exigidos pelo Corpo de Bombeiros e pela
Vigilância Sanitária) e a falta de fiscalização nos estandes instalados nessas
feiras causam riscos ao consumidor, que também pode ser prejudicado pela
qualidade e garantia dos produtos, praticamente inexistentes.
Outra importante questão de prejuízo, segundo a assessoria,
está na evasão de impostos, já que se não houver emissão de notas fiscais ou
pagamento de taxas referentes à instalação da feira, é impossibilitada a
arrecadação tributária de órgãos públicos de diferentes esferas.
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