ORIENTAÇÃO SINCOMÉRCIO
Cheques estão cada vez mais restritos a pagamentos
de alto valor
É crescente a participação dos
cartões nos gastos das famílias e, consequentemente, nas vendas do setor de
comércio e serviços. Segundo análise realizada pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), baseada em
informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviços (ABECS) e das pesquisas do comércio do IBGE, a participação dos
pagamentos com cartões no comércio varejista atingiu 31,2% em 2014, ante 30,2%
em 2013 e 26,4% em 2007. Já no setor de serviços, a relação ficou em 16,1%
(ante 14,4% em 2013 e 8,1% em 2007).
Para a Federação, o ritmo de
substituição dos meios de pagamento - dinheiro e cheque pelo cartão - é maior
no setor de serviços, embora ainda haja espaço para expansão no varejo,
especialmente em pequenos estabelecimentos.
Em relação ao cheque, segundo
levantamento da FecomercioSP com base nos dados de 2014 do Banco Central, o valor
médio de uma transação ficou em R$ 1.575, bastante elevado se comparado com o
valor médio das transações com cartões (de crédito e de débito), que atingiu R$
86 em 2014.
Em 2008, o valor médio da
transação com cheque era de R$ 835 contra R$ 70 no caso do cartão. Ou seja, o
valor médio das transações com cheque subiu muito mais (89% contra apenas 23%),
sugerindo que eles estão cada vez mais restritos aos pagamentos de maior valor.
No ano passado foram compensados
743 milhões de cheques, que movimentaram R$ 1,2 trilhão. No mesmo período houve
11 bilhões de transações com cartões, que resultaram em um montante de R$ 924
bilhões.
De acordo com o Banco Central,
apenas em maio de 2015, foram compensados cerca de 54 milhões de cheques (queda
de 15% em relação a maio do ano passado), o menor valor já registrado para
meses de maio em toda a série histórica iniciada em 1991. Em 2014, os cheques
responderam por apenas 4,1% de todas as transações bancárias. Em 2008, o valor
era de 14,2%.
Se no Brasil a participação do
cheque nos pagamentos é cada vez menor, no Reino Unido o meio de pagamento já
tem data para deixar de existir: 31 de outubro de 2018. Em outros países como
Holanda, Suécia e Noruega, ele já deixou de ser utilizado.
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