Varejo paulista eliminou mais de 10
mil empregos formais em abril
Em abril, o comércio varejista no
Estado de São Paulo eliminou 10.540 empregos com carteira assinada, resultado
de 70.016 admissões e 80.556 desligamentos. É o pior saldo para o mês desde o início
da apuração dos dados pelo Ministério do Trabalho, em 2007. Com isso, o estoque
ativo de trabalhadores do varejo paulista atingiu 2.072.771 no mês, redução de
3,5% em relação a abril de 2015 e o patamar mais baixo desde abril de 2012.
Desde 2012, o primeiro
quadrimestre se caracteriza pela extinção de empregos formais no comércio
varejista paulista, porém o que chama a atenção neste ano é a aceleração deste
movimento. Somente nos quatro primeiros meses do ano foram 57.258 vínculos
perdidos. No mesmo período do ano passado, 42.259 postos de trabalhos
celetistas foram eliminados. Analisando o saldo acumulado em doze meses, de
maio a abril, são 75.440 empregos eliminados - pior resultado da série
histórica. No ano passado, com a mesma base de comparação, já era notada uma
estagnação do mercado de trabalho, com a tímida geração de 651 novos empregos.
Os dados compõem a Pesquisa de
Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada
mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Ministério do Trabalho, por
meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu
resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado
com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das nove atividades pesquisadas,
apenas o estoque de trabalhadores do segmento de farmácias e perfumarias (2,4%)
cresceu em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os destaques negativos
foram registrados nos setores de concessionárias de veículos (-9%),
eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-8,8%) e lojas de
móveis e decoração (-7,5%).
De acordo com a assessoria
econômica da FecomercioSP, o varejo entrou em um círculo vicioso de difícil
resolução. A queda do consumo, em decorrência da inflação elevada e da
diminuição da renda, gera desemprego por toda a cadeia produtiva e de
distribuição. A Federação pondera que a redução da massa salarial fortalece o
movimento de queda nas vendas e consequentemente de geração de emprego (ou
garantia dos postos de trabalho já existentes).
Com relação aos dados por
ocupações, as funções que registraram as maiores perdas foram os vendedores e
demonstradores, com a eliminação de 3.820 postos de trabalho em abril. A
segunda maior redução ocorreu com os escriturários, com eliminação de 1.138
empregos, seguidos pelos gerentes de áreas de apoio (-640 vagas).
A entidade explica que no
ambiente de incertezas e de baixa confiança dos agentes econômicos que vive o
País, a alteração deste quadro de desemprego é improvável. Mesmo que tais
variáveis mostrem melhora, a FecomercioSP acredita que fica cada vez mais claro
que teremos um ano marcado por fechamento de vagas a níveis bem superiores que
o visto ano passado.
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