Pessimismo
do empresário do comércio
faz índice de expansão continuar em baixa
O Índice de Expansão do Comércio
(IEC) continuou sinalizando pouca disposição dos empresários para expandir os
negócios e, em maio, atingiu 65,5 pontos, elevação tímida de 0,2% na comparação
com abril, quando o indicador atingiu o menor patamar da série histórica
iniciada em 2011. Em relação a maio de 2015, a redução foi de 18,4%. Com isso,
o indicador mantém-se há 16 meses abaixo dos 100 pontos, o que sinaliza pouca
disposição para investir ou contratar por parte dos empresários.
A pesquisa é realizada
mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a entidade, a
deterioração da economia e o agravamento da crise política mostram que o
momento está ruim para investir e impróprio para contratar. Isso explica o
comportamento de demissões do varejo paulista, que já eliminou quase 72 mil
postos de trabalho formal nos últimos 12 meses.
O Nível de Investimento das
Empresas (um dos indicadores que compõe a pesquisa e sinaliza se o empresário
está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) teve leve
elevação de 0,1% em relação a abril, ao passar de 56 para 56,1 pontos. Na
comparação anual, foi registrada queda de 17,3%.
O subíndice Expectativas para
Contratação de Funcionários (o outro componente do IEC) também registrou leve
alta, de 0,3%, na comparação com abril e atingiu 74,9 pontos, ante 74,7 no mês
anterior. Porém, em relação a maio de 2015, o valor é 19,2% inferior e, apesar
da alta mensal, o indicador segue próximo à mínima histórica.
A pesquisa mostra ainda que 70,8%
dos donos de empresas entrevistados ainda pretendem reduzir o quadro de
funcionários. A taxa de desemprego já se aproxima dos 11%, e quase 3 milhões de
postos de trabalho formal deverão ser fechados em 2016 em todo o Brasil,
segundo projeção da FecomercioSP.
No entendimento da Federação, a
tendência para os próximos meses é de continuidade das demissões. A mudança no
governo e o anúncio de medidas para enfrentar os desequilíbrios econômicos,
porém, podem ter efeito positivo na confiança dos agentes e estimular a
retomada gradual dos investimentos.
A entidade acredita que, aos
poucos, a percepção otimista dos empresários deverá ser recuperada com o final
do impasse em Brasília. Novas perspectivas vão se abrir se as novas diretrizes
da economia tiverem respaldo político para sua implementação. De qualquer
maneira, ainda segundo a FecomercioSP, não há como uma eventual recuperação
modesta reverter, a curto prazo, todo o quadro de deterioração econômica em
curso.
Sincomércio/Pontal
A mesma avaliação é feita pelo
Sindicato do Comércio Varejista do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista. De
acordo com o presidente da entidade, Guido Denippotti, as mudanças na economia
surgirão efeito a partir da estabilidade política do novo governo. Guido
lembrou que Temer já sinalizou medidas que ajudarão na retomada do crescimento,
entre as quais, a flexibilização das leis trabalhistas e ajustes para reduzir o
déficit público.
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