terça-feira, 10 de maio de 2016

PERSPECTIVAS COM NOVO GOVERNO

Mudanças no cenário político trarão alento

na economia, diz presidente do Sincomércio

O presidente do Sincomércio do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista, Guido Denippotti, acredita que a mudança no cenário político vai trazer um novo alento na economia, no entanto ele espera que as medidas tenham efeito prático para a retomada do crescimento. Além da queda de juro e redução de impostos, a modernização na relação capital-trabalho é fundamental para mover o setor, afirma ele.
Guido cita, por exemplo, a MP 680, relativa ao Programa de Proteção ao Emprego, que teve emenda aprovada ao texto prevendo a prevalência do negociado sobre o legislado, nos acordos de convenção coletiva de trabalho.
O presidente do Sincomércio destaca ainda a necessidade de se promover um ajuste nas contas do governo. “O setor produtivo não pode continuar pagando a conta para suprir o déficit fiscal do governo”, disse ele.
Encontro
No último dia 02, executivos de empresas e entidades dos principais setores da economia estiveram reunidos na sede da Federação do Comércio de Bens, Turismo e Serviços do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para uma reunião do Conselho Superior de Economia. Na ocasião foram discutidos desdobramentos econômicos da possível mudança no cenário político.
Pela primeira vez em dois anos há sinais de otimismo entre os conselheiros, o que indica que o novo ambiente político está sendo encarado como um ponto de inflexão e uma oportunidade para o Brasil voltar a crescer, avançar em reformas modernizantes e estabelecer definitivamente uma política fiscal responsável.
Os especialistas foram quase unânimes a respeito da necessidade de adoção de medidas rápidas e efetivas na direção de ajuste fiscal, estabilidade monetária, corte de gastos e incentivo ao investimento privado.
Entre os pontos positivos levantados pelos conselheiros estão a possibilidade de anúncio de medidas fiscais, principalmente ligadas à previdência e desvinculação orçamentária, que teriam um efeito positivo na confiança dos agentes e viabilizariam a retomada do crescimento já em 2017.
Além disso, uma possível valorização do real abriria espaço para a queda dos juros, o que, juntamente com a retomada do crescimento, ajudaria a mudar a dinâmica da dívida pública. Alguns conselheiros inclusive já trabalham com uma taxa de juros de um dígito no ano que vem, visto que a inflação de serviços dá sinais de desaceleração e o desemprego elevado está segurando as pressões salariais.
Por outro lado, entre os pontos de atenção destacados pelos economistas, estão a preocupação com apreciação exagerada do real, que poderia frear a recuperação ainda incipiente das exportações, e os desafios para retomar investimentos em infraestrutura decorrentes da Lava Jato.

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