terça-feira, 4 de agosto de 2015

Orientação Sincomércio



03/08/2015

Famílias seguram o bolso em meio à crise, aponta pesquisa da FecomercioSP

Proporção dos endividados na capital paulista registra queda pelo segundo mês consecutivo, ao passar de 54% em junho para 53,3% em julho
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Dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela FecomercioSP
(Arte/TUTU)

Diante da crise econômica, as estratégias adotadas pelas famílias paulistanas para administrarem melhor os seus orçamentos começaram a dar certo. O porcentual de consumidores endividados obteve queda pelo segundo mês consecutivo e passou de 54% em junho para 53,3% em julho. Essa retração está relacionada ao menor endividamento das famílias com renda inferior a dez salários mínimos - 57% vistos em julho ante 58,3% em relação ao mês anterior. 
 
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
 
De acordo com a assessoria econômica da Entidade, o consumidor está cada vez mais cauteloso e tem priorizado o gasto com bens essenciais. Entretanto, na comparação com julho de 2014, o indicador registrou um acréscimo de 3,3 pontos porcentuais, resultado da alta dos preços de alimentos, energia e combustível.   Tal efeito também pode ser consequência da elevação dos juros e do desemprego.
 
Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,936 milhão no mês de junho para 1,912 milhão no mês de julho. Já na relação com o mesmo período de 2014, esse número era de 1,795 milhão, o que significa um acréscimo, na base anual, de 117 mil famílias. 
 
O endividamento é menor entre famílias com renda superior a dez salários mínimos, que passou de 41,5% em junho para 42,8% em julho. 
 
Do total de endividados, 51,1% têm entre 11% a 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas. Para 23,2% dos consumidores o comprometimento é menor que 10%, enquanto para 21,9% as dívidas superam 50% da renda total. 
 
Para a FecomercioSP, a forte elevação na proporção de endividados vista no meses de março (42,3%), abril (48,9%) e maio (55,1%) apontava para um quadro preocupante: as famílias paulistanas estavam recorrendo a linhas emergenciais de empréstimos (cartão de crédito e cheque especial) para conseguir equilibrar as contas. No entanto, as duas quedas seguidas na parcela de endividados indicam que, na medida do possível, os consumidores estão adequando da melhor forma o orçamento diante da atual conjuntura econômica. 
 
14,5% das famílias paulistanas inadimplentes
Das famílias endividadas da capital paulista, 14,5% possuem contas em atraso, valor que apresentou queda em relação ao mês passado, quando alcançou 15,2%. Já no comparativo com julho do ano passado (13,5%), o indicador apresentou alta de 1,0 p.p. Em números absolutos, a proporção desses consumidores passou de 544 mil em junho para 521 mil em julho.
 
Mais uma vez, a ocorrência de atraso é maior entre as famílias de renda mais baixa. Para as que ganham até dez salários mínimos esse porcentual é de 18,2%. Já sobre as que ganham acima de dez salários mínimos é de apenas 5,9%. 
 
Ainda de acordo com a Entidade, 5,6% ou 200 mil dos entrevistados acreditam que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês, o que aponta para um crescimento em relação à taxa apresentada em julho de 2014 (4,9%). 
 
Embora a proporção total de famílias que não conseguirão pagar as contas tenha caído na comparação mensal, este item voltou a subir entre as com renda inferior a dez salários mínimos, de 7,5% em junho para 7,8% em julho.
 
Cresce dívida de carnês e financiamentos de carros 
O principal tipo de dívida é o cartão de crédito, utilizado por 70,4% das famílias analisadas. Em seguida, estão: financiamento de carro (18,9%), carnês (16,3%), financiamento de casa (12,6%), crédito pessoal (11,8%) e cheque especial (7,7%).
 
Na comparação entre junho e julho, houve alta expressiva nos itens de carnês e financiamento de carro, que apresentaram alta de 2,1 p.p e 1,4 p.p respectivamente. 
 

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