NOTA IMPORTANTE
Varejo perde cerca de R$ 10 bilhões
por ano com as feiras itinerantes ilegais, diz Sincomercio
Na mesma medida em que as feiras itinerantes
não regularizadas se multiplicaram pelo Estado de São Paulo nos últimos anos,
aumentaram também os prejuízos causados pelo mercado informal ao varejo, à
arrecadação de impostos e à geração de emprego, de acordo com estimativas
divulgadas essa semana pelo Sincomercio/Pontal (Sindicato do Comércio Varejista
do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista).
Segundo o sindicato, as feiras
não legalizadas podem chegar a movimentar, em média, cerca de R$ 282 milhões
por dia - o equivalente ao faturamento diário do comércio formal dos setores de
vestuário, tecidos, calçados, eletrodomésticos, eletrônicos, lojas de
departamento, móveis e artigos de decoração, os mais afetados pela
informalidade.
Se as feiras funcionarem uma vez
por mês, ao longo de um ano, em todas as regiões do Estado, podem movimentar
até R$ 3,3 bilhões - ou 3,3% do faturamento do comércio formal nos setores
mencionados acima. Caso elas ocorram
três vezes por mês, frequência mais comum atualmente, o faturamento pode chegar
a R$ 10 bilhões ao final de um ano - ou 10% do faturamento do comércio formal
das atividades mais impactadas.
Normalmente, as feiras
itinerantes ilegais são realizadas aos finais de semana e antes de datas
comemorativas, ou seja, períodos de maior movimento no varejo formal. Com a
diminuição do faturamento, o comércio regular desacelera seu crescimento e
diminui o potencial de criação de vagas de emprego. De acordo com o
Sincomércio/Pontal, se as feiras ocorrerem três vezes ao mês, durante um ano,
51 mil empregos formais deixam de ser
criados no varejo.
Segundo o presidente do
Sincomercio/Pontal, Guido Denippotti, um dos motivos que levam os consumidores
às feiras ilegais são os preços mais baixos, pois, muitas vezes, os produtos
são oriundos de cargas de descaminhos ou produtos falsificados, ou que
simplesmente não recolhem ICMS, impactando negativamente, assim, os cofres
públicos.
Considerando as duas primeiras
faixas da tabela do Simples Nacional,
segundo as quais as micro e pequenas empresas recolhem 4% (companhias
com faturamento de até R$ 180 mil) ou 5,47% (para faturamento até R$ 360 mil),
se os comerciantes das feiras ilegais fossem microempreendedores pagariam
anualmente de R$ 407 milhões a R$ 505 milhões em impostos, respectivamente
(considerando que as feiras ocorram três vezes por mês ao longo de um ano).
Já para uma alíquota de 6,84%
(terceira faixa do Simples, para empresas de pequeno porte com faturamento
anual entre R$ 360 mil e R$ 540 mil), a perda de arrecadação no Estado de São
Paulo, considerando o mesmo cenário, se aproximaria de R$ 700 milhões por ano.
Para se ter uma base de comparação, em 2015, de acordo com o Portal da Transparência
do Estado de São Paulo, foram transferidos R$ 440 milhões do Estado aos
municípios para a realização de investimentos.
Na região de Presidente
Venceslau, municípios como Piquerobi, tem permitido feiras itinerantes,
conhecidas como “feirinha do Braz”.
O Sincomércio/Pontal,
reiteradamente, vem alertando as autoridades sobre ilegalidades cometidas por
esse tipo de comércio. Além de burlar o fisco, deixando de recolher impostos
pertinentes, essas feiras geram desequilíbrio na economia da região, afetando
também o emprego.
Além disso, as feiras itinerantes
comercializam produtos de origem duvidosa e que, muitas vezes, ferem o Código
de Defesa do Consumidor, desconsiderando a garantia dos produtos.
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